Ciúmes: Quando em excesso, se torna prejudicial, a pessoa sente-se insegura o tempo todo pela possibilidade de perder seu companheiro, amigo ou algo que gosta muito.
Caso real de ciúmes tratado e controlado com hipnoterapia.
Uma cliente me procurou, e relatou estar passando por um momento de dificuldade em seu relacionamento. Ela já não controlava mais o ciúmes que tinha em relação ao seu companheiro, o tempo inteiro pensava que ele estava traindo ela, muitas vezes ele estava no trabalho, e ela ligava para lá, só para ter certeza que ele estava lá, a neurose dela era tão grande que chegava ao ponto de segui-lo no trajeto trabalho, casa.
Ela vivia o tempo todo crendo, que ele estava traindo ela, e detalhes, ele não dava motivos.
Na avaliação, eu entendi que, essa cliente tinha o mesmo padrão de comportamento com todos os namorados anteriores, ela perdeu cada um deles, pois eles não conseguiam conviver com alguém tão insegura e sufocante.
Propus a cliente fazer uma sessão em hipnose, buscando a causa inicial de toda essa insegurança, e que esse mal poderia estar vindo de uma consciência bem antiga.
Ela aceitou passar pela experiência, e se engajar no processo terapêutico proposto, aceitou em fazer sua parte para sair desse sofrimento.
Iniciei a sessão em hipnose, e foi acertado que iríamos encontrar onde a mente dela aprendeu a se comportar assim, com todo esse ciúme, e iríamos juntos reprogramar seu sistema nervoso subconsciente.
Abri uma contagem, e ao final ela seria levada pela sua mente, ao início de tudo, ou seja no dia que ela aprendeu tais comportamentos. Eu a questionava, onde ela estava, ela dizia estar na casa de sua mãe, se via bem novinha, e se sentia com 7 anos, e quando pedia para ela me dizer o que ela sentia, ela dizia, se sentir rejeitada pelos pais. Ela estava em casa, e os pais, não davam importância para ela, eles não conversavam com ela, então se sentia abandonada. Eu perguntava o que acontecia na cena, ela me relatava que estava na sala da casa e tentava conversar com os pais, e eles não davam atenção para ela, quanto mais ela tentava falar com eles, mais ela era deixada de lado, até que um dos pais, chamou atenção dela e a faz sair da sala, ela se sentiu ainda mais abandonada e muito insegura. Eu a perguntei, se o que ela sentia ali era novo ou conhecido, ela me relatou ser conhecido, então esse trauma vivido por essa consciência de 7 anos não era raiz da sua insegurança, havia algo ainda mais antigo dentro dela que alimentava essa emoção, e também a sua insegurança na idade atual, ela que teria que ser reprogramado.
Eu abri uma nova contagem e no final ela estaria lá onde havia sentido o abandono e a insegurança pela primeira vez. Ao final da contagem ela estava na rua perto de casa, ela tinha 3 anos, e estava com os irmãos, eles brincavam com fogo, e ela estava chorando, chorava muito, eu perguntava o que acontecia e ela dizia que o irmão mais velho, tinha queimado ela, e ela sentia dor, e corria para casa, e ao chegar em casa, os pais dela em vez de socorrê-la, brigavam com ela, ela estava se sentindo, triste, insegura e desamparada, ela chorava e não estava sendo acolhida por quem mais amava.
Ao ser perguntada se essa tristeza, essa insegurança era nova ou conhecida, ela dizia ser nova, então ali estava a raiz do seu sofrimento, se fosse ali ressignificado, seria dado fim a todo sofrimento que dela.
Ao ser questionada o que deveria ser feito para acabar com aquele sofrimento, duas soluções poderiam ser aceitas, o acolhimento dos pais na hora de sua dor, e um perdão pela falta de amparo.
Colocamos em prática as duas, na primeira os pais, eram complacentes com ela ao chegar ferida, deram socorro e acolhimento, a segunda o pai e a mãe pediram perdão por não ter socorrido ela no primeiro momento, ambas soluções trouxeram alívio e a paz para aquela consciência de 3 anos. Isso foi suficiente para superar aquela dor, e fechar aquele ciclo de mais de 30 anos aberto por essa falta de compaixão dos pais, essa dessensibilização foi capaz de mudar todo o foco da dor, agora ela já se sentia mais amada, e sua insegurança foi embora por completo.
Ao ser chamada a crescer, ela já se sentia na idade atual, quando questionada sobre sua insegurança, reportava não ter mais, estava superado. Quando eu perguntava, se algo dentro dela ainda alimentava aquele ciúme doentio que ela tinha, sua mente profunda me dizia, não existir mais nada.
Foi feito um último exercício mental com ela, orientei a mente a levá-la a uma cena, episódio, uma memória o outro que mostrasse que os pais a amavam incondicionalmente, ao final da contagem ela estaria lá.
Um, dois, três ela estava num parque de diversão e lá estava seu pai, mãe e seus irmãos brincando, num dia muito feliz em família, ela se sentia feliz, amada, acolhida, segura. Deixei que ela revivesse na íntegra toda essa experiência, fortalecendo toda conexão neural dessa memória. Relembrar de fatos positivos faz bem para mente, ela estava tão feliz agora.
Depois de alguns minutos encerramos a sessão, e ela já fora do estado de hipnose me relatou que não lembrava quanto ela era querida pelos pais. E me questionava o porquê dela não se recordar conscientemente daquele dia no parque, a resposta era simples, sua emoções negativas em relação ao pai estavam tão grandes em sua mente, que atrapalhavam ela enxergar as emoções boas, como se as emoções boas estivessem embaladas pelas emoções ruins, ao ressignificar as ruins, as boas se apresentavam claramente.
Em alguns dias, ela me relatava que já conseguia se sentir mais segura em relação ao seu parceiro, e que cada dia estava melhorando mais. Novas sessões seriam trabalhadas com essa cliente sobre autoestima, amor próprio, e outros temas a fim de potencializar e melhorar seus relacionamentos.
Lembro ao leitor que, a mente não distingue o real do imaginário, uma solução imaginária pode ser a solução real.
